O Efeito Doritos

Alguma vez você já temperou e cozinhou um frango que ficou com gosto de sola de sapato? Ou comeu um lindo morango vermelho com sabor de isopor? Em seu livro The Dorito Effect (sem tradução para português), Mark Schatzker defende que as práticas de agricultura desde a segunda guerra mundial tiveram o objetivo único de aumentar o rendimento, e que neste processo perdemos progressivamente o sabor e diversos nutrientes dos alimentos.  Hoje temos insumos mais baratos e mais abundantes, porém sem sabor e com perfil nutricional bem inferior ao que era originalmente, antes da revolução industrial.

Ao invés de resgatar a qualidade e sabor dos alimentos com práticas sustentáveis de plantio e criação de animais, a indústria alimentícia partiu para criar em laboratório os aromatizantes, substâncias que imitam o cheiro e o sabor de alimentos de verdade. “Na prática, os aromatizantes são utilizados para favorecer o sabor dos alimentos industrializados servindo, assim, para aumentar a aceitabilidade de produtos alimentícios que tiveram seu aroma ou sabor originais alterados em função de processos de produção ou armazenamento”, esclarece Eliana Bistriche Giuntini, pesquisadora do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC – Food Research Center). 

“Alguns aromas sem sabor específico, como a vanilina, são utilizados para ajudar a mascarar um sabor ou odor de produtos que deixam sabores residuais, como a soja. O objetivo, nesse caso, é evitar a rejeição do consumidor pelo sabor residual desagradável”, conta a pesquisadora.

Estes chamados “aromatizantes sintéticos” (chamados de “idêntico ao natural” e “artificial”, são nocivos, repletos de químicos, solventes, preservativos e até madeira) foram adicionados em praticamente todos os “alimentos” que encontramos nos supermercados, para mascarar o sabor ruim do alimentos, conservá-los por mais tempo na prateleira, com o objetivo final de vender mais, sem a menor preocupação com efeitos colaterais para a nossa saúde.  

Hoje temos pães com 15 ingredientes (originalmente são apenas 4) e um mar de salgadinhos, molhos, sorvetes, bolos e biscoitos, com listas de ingredientes que ultrapassam 30 substâncias químicas que nada tem a ver com comida e que são prejudiciais à saúde.

Em lanchonetes e em muitos restaurantes, o problema é o mesmo. Ao invés de cozinharem alimentos naturais do zero, abrem pacotes industrializados (que não estragam) e misturam a eles realçadores de sabor, corantes e aromas artificiais para compor a sua deliciosa (e cara) refeição. Seu sushi de salmão trufado nunca nem passou perto de uma trufa, tampouco seu salmão tem aquela cor rosa naturalmente. Eles têm a cor e sabor que você experimenta graças à aromas e corantes artificiais.

Nosso nariz, boca e língua trabalham juntos para captar trilhões de aromas e treinam nosso paladar para mandar mensagens positivas para nosso cérebro quando comemos alimentos que contêm os nutrientes que estamos precisando. Quando sentimos o cheiro e vontade de comer um determinado alimento de verdade, como uma carne, uma azeitona ou uma fruta, é sinal que nosso corpo está pedido determinados nutrientes presentes naqueles alimentos. O aroma de um alimento é decorrente de um conjunto de diferentes substâncias. O do mel, por exemplo, é composto por mais de 200 aromas individuais.

Os aromas e aditivos artificiais conseguem enganar a sofisticada tecnologia do nosso organismo e nos levar a comer alimentos que são péssimos para a nossa saúde. Aquele irresistível cheiro de manteiga da pipoca de micro-ondas não é manteiga e sim um composto químico volátil altamente nocivo para a saúde chamado diacetil, presente em todos os salgadinhos e junk foods “sabor queijo”, mas também “sabor iogurte”, “sabor baunilha”, “sabor caramelo” e por aí vai. É comprovado que inalar diacetil regularmente pode causar tosse, bronquite ou asma além de acumular proteínas no cérebro, causando morte de neurônios e possivelmente até mal Alzheimer.

Nosso paladar foi sequestrado por estes químicos. Ao invés de nosso olfato nos guiar a comer os alimentos que nosso corpo precisa, estamos sendo estimulados a nos afundandar em junk foods repletos de químicos que têm apenas o cheiro do alimento de verdade e não entregam os nutrientes que precisamos. Nossa saúde vai de mal a pior. Hoje no Brasil 65% da população tem sobrepeso e 20% é obesa. Isso nada tem a ver com os alimentos tradicionais da nossa cultura como um belo prato arroz, feijão, carne e verdura e tudo a ver com os junk foods repletos de químicos e calorias sem nutrientes .

Coma muitas frutas e verduras frescas e liberte seu paladar de vícios decorrentes do efeito Doritos. “Impossível comer um só” é o slogan antigo de outra famosa marca de salgadinho que já entregava o aspecto viciante do seu produto químico disfarçado de alimento. Leia com muita atenção a lista de ingredientes dos alimentos que você consome e tome as rédeas do seu paladar e da sua saúde.

Aqui na Urban Remedy usamos apenas ingredientes frescos, integrais, naturais e livres de qualquer tipo de aromatizantes, corantes ou conservantes artificiais. Somos pessoas de verdade, fazendo alimentos de verdade, todos os dias, do zero e acreditamos que a alimentação a base de plantas tem o poder de transformar nossa saúde e limpar nosso paladar dos vícios em aromatizantes artificiais de alimentos processados. Experimente nossos kits de 3 dias repletos de alimentos com verduras, frutas, sementes e castanhas para dar um reset no seu paladar.

Ficou interessado no livro? http://www.markschatzker.com/doritoeffect-home-page

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