Depoimento de uma ex viciada em açúcar

Eu era uma adolescente viciada em açúcar. Gostava mais de comidas doces do que salgadas. Eu era magra e esportista, não tinha facilidade para engordar, então comia doces à vontade. Meu paladar era tão viciado em açúcar que eu adoçava tudo que comia – mesmo os alimentos que já eram excessivamente doces. Colocava Karo (xarope de milho!!) no sorvete. Leite condensado na bolacha de maizena. Chocolate derretido dentro do pão de queijo. Açúcar no pão com manteiga e no cereal matinal. Coisas que hoje me dão arrepio só de pensar!

Com 17 anos, tive uma oportunidade que mudou a minha vida. Presenciei o processo de cura de uma pessoa da minha família após uma dieta desintoxicante à base de plantas. Na primeira semana de seu detox, minha tia se livrou da artrite, gota, reumatismo, manchas na pele, entre outros. Nas próximas semanas sua pele rejuvenesceu diante de nossos olhos. Eu já sabia que alimentos com corantes, refrigerantes e salgadinhos faziam muito MAL à saúde, pois meus pais (que me deixavam comer açúcar à vontade) proibiam estes produtos em casa. No entanto, o episódio da minha tia me mostrou, pela primeira vez, a possibilidade de transformar a saúde comendo os alimentos que nos fazem BEM. 

Diante desta descoberta, foi inevitável que eu experimentasse a dieta da minha tia. Comecei a comer somente plantas cruas e legumes cozidos. E comecei a experimentar um bem estar que até então não conhecia. O meu estado normal anterior (junkie de açúcar) era bem inferior ao meu potencial e provavelmente eu passaria muitos anos ou o resto da vida inconsciente sobre as possibilidades de dar um upgrade na minha saúde e minha experiência de vida, se não tivesse feito esse primeiro detox.  Logo nas primeiras semanas de detox, assim como a minha tia, comecei a colher os frutos do meu esforço:

  • Desapareceram as espinhas no rosto e a oleosidade da minha pele diminuiu muito
  • Meu nível de energia triplicou e parei de ter moleza e sono durante o dia (que antes considerava normal e resolvia com algum docinho)
  • Acabaram as oscilações de humor, que eram violentas
  • Perdi inchaço na cintura, abdômen e rosto, que só percebi que tinha depois que perdi
  • Meu intestino passou a funcionar muito melhor, coisa que também só percebi depois que mudou
  • Acabou minha rinite

Fiquei tão maravilhada com o resultado dos meus novos hábitos alimentares no meu corpo e na minha mente, que resolvi adotar a dieta plant-based permanentemente. Meu novo estado de ser e de sentir-me tão bem na minha própria pele começou a atrair diversos novos conhecimentos e experiências complementares ao meu novo estilo de vida.  Com todas as forças do universo certamente conspirando em meu favor (pois nada é por acaso), caiu na minha mão o livro Sugar Blues de William Dufty, que me ensinou todos os malefícios do açúcar, que cortei permanentemente da minha alimentação, tão impressionada que fiquei com a leitura.

Seis semanas após ter transformado a minha alimentação e minha vida, mudei-me para os EUA para cursar a universidade. Foi chocante observar as porções enormes de comidas e principalmente de doces que serviam em todos os lugares (30 anos atrás, no Brasil não havia estas porções supersize). Minhas colegas de dormitório todas engordaram de 5 a 10 quilos no primeiro semestre, reféns da mistura de ansiedade com junk food de todos os tipos, acessíveis 24 horas por dia. Enquanto isso, eu me abastecia nos vastos e divinos salad e soup bars (com uma variedade de ingredientes inédita no Brasil além de brócolis, cogumelos e couve flor crus, que eu nunca havia experimentado) e não passava a menor vontade de comer o que elas comiam. Muito pelo contrário, me dava aflição de ver o strike contra a própria saúde que elas faziam a cada refeição.

Firme no meu caminho, continuei atraindo experiências enriquecedoras para meu estilo de vida. Descobri a yoga e pessoas que também se interessavam pelo auto-conhecimento e alimentação saudável. Minha nova tribo me apresentou o Bread & Circus – mercado natural que depois virou o Whole Foods e onde eu conheci a quinua, amaranto, muitas verduras inéditas no Brasil e abriu meu leque de ingredientes  – e ao Hippocrates Insititute, que passei a frequentar para tomar shots de clorofila de broto de trigo e sucos verdes prensados a frio! Pensem no upgrade do upgrade! O inverno rigoroso de Boston veio e se foi e nem sequer um resfriado eu peguei.

Certa vez acordada de madrugada estudando, me deu uma vontade súbita de comer um doce. Já fazia mais de um ano que não comia açúcar refinado. Coloquei a moeda na máquina no corredor da biblioteca e caiu um Twix (um dos meus vícios de antigamente). Dei a primeira mordida e senti uma dor insuportável em todos os dentes. A doçura era tanta que não aguentei dar a segunda mordida.

Meu primeiro detox e a mudança de hábitos alimentares foi um ponto de virada na minha vida. Sabe lá o que eu teria atraído para mim se tivesse ido morar nos EUA ainda viciada em açúcar. Só sei que aos poucos voltei a comer açúcar (prefiro os não refinados) com muita parcimônia e disciplina, mas a dieta plant based ainda é base da minha alimentação.

Minha saúde hoje aos 48 anos é melhor do que quando eu tinha 17, não me lembro da última vez que fiquei doente e todos os dias agradeço ao universo por ter me permitido descobrir os benefícios de comer mais plantas. Essas vivências foram tão profundas e marcantes compartilhar o que aprendi ao longo dos anos sobre alimentação e estilo de vida saudável, se tornou uma prioridade para mim. E como sempre, o universo nos manda aquilo que está alinhado com o nosso propósito e nossas crenças: destas sementes plantadas 30 anos atrás, nasceu a Urban Remedy, que hoje ajuda milhares de pessoas a transformarem sua alimentação comendo mais plantas.

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